12 outubro 2009

20ª Travessia do Atlântico

Farol do Fim do Mundo em Ushuaia (um dia ainda vou mais longe)

Depois de mais 12 voos nesta última viagem, com paragens em locais tão longínquos como as capitais da Argentina e Chile e respectivas Patagónias, uma terra ao qual chamam o Fim do Mundo e ainda a um dos locais mais isolados do planeta, a lha da Páscoa, serve este post para encerrar este conjunto de Paragens e ao mesmo tempo comemorar a minha 20ª travessia do Atlântico. Acabei agorinha mesmo de fazer.
Apesar da certeza de que à medida que aumenta o número de voos que faço, aumentar também a possibilidade de ter um acidente aereo e com isso acabarem de vez as minhas paragens por esses lugares do mundo. Quero aqui deixar claro, que não vou desistir e correr o risco de mais tarde dizer ou escrever o que Jorge Luiz Borges escreveu em "Instantes".
Quem não sabe, procure!
Eu vou mesmo tentar estar mais à frente.

09 outubro 2009

Ahu - Moái - Monos

Ahu é a plataforma de pedra , como que um pedestal onde se colocavam os Moáis sob o qual enterravam os reis mortos e se realizavam cerimónias religiosas de culto a estes.Os Moáis são as estátuas de pedra que se pensa representar os Reis das Tribos ou dos Clãs e que também serviam para "proteger" o povo.
Monos são os "chapéus" de cor vermelha que alguns Moáis apresentam.
Apenas os mais recentes parecem ter ou ter tido direito a esses monos.
Não se sabe bem se estes adornos de cor avermelhada representam mesmo chapéus, ou se se tratava da representação de uma moda capilar da altura, em que os homens usavam o cabelo preso no cimo da cabeça.
Quem sabe!

Rapa Nui

... (Ilha Grande), ou Te pito o te Henúa (umbigo do Mundo), ou ainda Isla de Pascua, por ter sido num Domingo de Páscoa em 1722, que o primeiro barco europeu aqui chegou. No fundo, é apenas uma pequena ilha situada no Pacífico Sul.
Teve origem há 3 milhões de anos quando, do fundo do mar, o que viria a ser o vulcão Poike entrou em erupção a 3.000 metros de profundidade criando uma ilha. Agumas centenas de milhares de anos depois, dois outros vulcões (Rano Raraku e Maunga Terevaka) deram à ilha a forma que tem actualmente, um triângulo com os lados de 14, 16 e 24 Km.
A sua localização a 3700 Km da costa da América do Sul e a outro tanto das ilhas da Polinésia Francesa fazem desta ilha um dos locais mais isolados do planeta.
Estudos arqueológicos apontam para o facto dos primeiros habitantes aqui terem chegado algures entre o século VIII e o XIII e serem exploradores/povoadores de uma das ilhas da Polinésia. talvez das Marquesas, mas há também quem diga que vieram da América do Sul.
A lenda diz que foi o Rei Hotu Matua que aqui chegou no ano 450DC.
Nunca saberemos! O que interessa é que é diferente de tudo, embora com algumas características dos Polinésios.

08 outubro 2009

Ahu Nau Nau

Na praia de Anakena, foi aqui que descobriram que os Moáis não eram cegos, tinham corais e pedras nos olhos.

AhuTongariki

É o maior Ahu que existe na ilha, com 15 Moáis, sendo um deles o maior alguma vez levantado.
Os Moáis foram derrubados por um tsunami que ocorreu em 1960 (que também derrubou muitos outros Moáis da ilha) e foram levantados nos anos 90, com a ajuda de gruas, num processo que durou cerca de cinco anos.

Hau Akivi

Os únicos Moáis virados para o mar, não se sabe bem porquê, mas será coincidência que eles olhem exactamente para o local do pôr-do-sol nos dias de solstício!? Talvez uma indicação de conhecimento astronómico?

Tahat

Ahu Vai Uri ao pôr do sol
Ahu Vai Uri de manhã
Ahu Tahai
Ahu Ko Riku ao pôr do sol
Ahu Ko Riku de manhã

Rano Raraku

Este vulcão extinto é o local onde vinham buscar a matéria prima (rocha vulcânica), para fazer os Moáis.
Existem muitos espalhado pela encosta externa do vulcão, dos 2 aos 21 metros de cumprimento.

07 outubro 2009

Flores

Há muitas, muitas mais!
E eu tenho a prova, se quiserm depois mostro.

Alguns animais da ilha

Além de cavalos selvagens e vacas com grandes cornos.

Cerimonial de Orongo

Existiam sete clãs na ilha que tinham uma "cerimónia/ritual" anual relacionada com o Deus Makemake e que se fez até 1764, altura em que a religião católica foi imposta e proibida qualquer outra manifestação de carácter religioso.
Consistia num representante de cada um dos clãs competir numa prova em que o vencedor se tornava no Homem Pássaro assumindo um destacado lugar na sociedade da Ilha durante um ano. Era quase que considerado como um deus.
Os participante, num dia de primavera (não se sabe bem qual), desciam à caldeira do vulcão Rano Kau ...... e com as totoras (plantas que flutuam) existentes no fundo da caldeira, ... ... faziam uma pequena bolsa que os ajudava a nadar até uma ilhota (junto à costa Sudoeste de Rapa Nui) ...
... onde tinham de descobrir um ninho de uma sterna fuscata (uma ave que só põe um ovo uma vez por ano)....... e esperar que a mesma pusesse o ovo.
O primeiro que apanhasse um ovo e gritasse para a Ilha principal que o tinha encontrado era o vencedor.

Ana O Keke

... (cova das virgens).
Só o nome traduzido já é um pouco estranho, Ana significa cova e Keke é virgem.
Assim, temos a Cova Virgem ou, se o O fôr da, fica Cova da Virgem. O que não parece mesmo nada ortodoxo.
É como dizer que Ana é uma cova ou que Keke é virgem.
Trocadilhos à parte e segundo a lenda havia aqui uma cova (gruta) onde encerravam as virgens para que mantivessem a brancura da sua pele.
Imaginem um local com este propósito na nossa terra, estaria com certeza ás moscas.
Ou melhor!
Nem as moscas lá iam!